Silêncio

Este é um momento para uma passividade profunda. Aceitar qualquer dor, felicidade, tristeza ou dificuldade, conformando-se com o "fato consumado". É muito semelhante à experiência do Buda quando, após anos de busca, ele finalmente desistiu, sabendo que não havia nada mais que pudesse fazer. Naquela mesma noite ele se tornou iluminado. A transformação chega, como a morte, no seu devido momento. E também como a morte, ela transporta você de uma dimensão para outra.
A consciência que está crescendo neste momento não é o resultado de algum "fazer" consciente, nem é preciso me esforçar para fazer alguma coisa acontecer. Qualquer impressão que possa ter de que vinha tateando no escuro, está se desfazendo agora, ou logo se dissipará. Deixo assentar, e lembro de que, bem no fundo, sou apenas uma testemunha, eternamente silenciosa, consciente e imutável. Um canal está se abrindo agora.
Neste momento confio em minha intuição, na minha sensibilidade para a "adequação" das coisas. Meus atos poderão parecer "tolos" para os outros, ou até para mim mesmo, se tentar analisá-los com a mente racional. Sou um tolo. Na posição ocupada pelo Tolo, a confiança e a inocência é que são os guias, e não o ceticismo e a experiência passada.
Não há nada para fazer, lugar nenhum aonde ir, e a marca do meu silêncio interior permeia tudo o que faço. Isso pode deixar algumas pessoas sentirem-se desconfortáveis, acostumadas que estão com todo o barulho e atividade do mundo. Não importa. Este é o momento de me reencontrar. A compreensão e os insights que me ocorrem nesses instantes manifestar-se-ão mais tarde, em uma fase de maior extroversão da minha vida.
1 Comentários:
É isso aí...Nada mais interessante do que o verdadeiramente tentar se conhecer em cada momento!
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